A osteoporose caracteriza-se pela diminuição substancial da quantidade de massa óssea, o que promove o desenvolvimento de ossos mais finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fracturas.
As principais causas na origem de ossos não saudáveis são uma ingestão insuficiente de cálcio (sobretudo quando se é jovem), baixos níveis de actividade física e alterações hormonais nas mulheres.
No passado foi apontada uma associação entre o consumo de bebidas gaseificadas e um risco acrescido de fracturas ósseas em jovens. Os resultados dos estudos observacionais que apontaram esta associação não permitem concluir que haja uma relação causa-efeito, mas devemos procurar explicá-los.
A hipótese mais consensual consiste nos perfis de estilo de vida dos jovens com maior risco de fracturas. Nestes jovens o consumo elevado de bebidas gaseificadas coincide com dois factores de risco conhecidos: um baixo consumo de leite e de alimentos ricos em cálcio e níveis de actividade física insuficientes.
Foram apontadas duas hipóteses de mecanismo biológico para um eventual efeito das bebidas gaseificadas no risco de fracturas ósseas, mas ambas não fazem sentido:
- O ácido fosfórico das bebidas de cola, ao aumentar o teor de fósforo no sistema digestivo, teria um efeito negativo na absorção de cálcio. No entanto, qualquer efeito do fósforo será irrelevante nas pessoas com uma ingestão de cálcio adequada, para além do reduzido contributo destas bebidas (240mL de cola têm apenas 41mg de fósforo) para o valor diário de fósforo recomendado (1.000mg).
- O gás tornaria o sangue mais ácido e conduziria a uma dissolução gradual da massa óssea. Não é uma ideia sustentável cientificamente, já que o dióxido de carbono é fixado pelos glóbulos vermelhos do sangue, sendo transportado para os pulmões para ser trocado por oxigénio. Aliás, a grande maioria do dióxido de carbono transportado pelo sangue é proveniente da digestão dos alimentos...